Pós-graduando: Paulo Franscisco Ramos Margarido
Orientador: Prof. Dr. Vicente Renato Bagnoli
Data da defesa: 28 de março de 2006
O período do climatério é associado a sintomas que alteram o bem estar da mulher, bem como trazem risco de doenças crônico-degenerativas. neste sentido, a terapia hormonal (TH) vinha baseando-se em resultados de estudos observacionais e clínico-laboratoriais, os quais atestavam seu valor em reduzir a doença coronariana. Desta forma, estava sendo utilizada para minimizar sintomas e reduzir riscos. Vários ensaios clínicos publicados à partir de de 1998 mostraram que a TH não se presta para prevenção secundária e nem primária da doença coronariana, aumentando ainda, o rsico de tromboembolismo venoso e da doença cérebro-vascular. Entretando, existe a questão da dissociação entre os resultados obtidos nos ensaios clínicos e aqueles dos estudos observacionais e clínico-laboratoriais. A análise dos dados publicados sugerem que uma das respostas pode estar relacionada ao sistema hemostático, o qual tem sido avaliado pelos métodos mais diversos, mas quase sempre com o mesmo tipo de TH ao longo do tempo. Assim, considerando-se que a TH pela via transdérmica é a menos inócua para o sistema hemostático e que a tromboelastografia é o método que pode predizer de forma global as variações na coagulabilidade, foi proposta a realização dest estudo. Foram avaliadas 29 mulheres com antecedente comprovado de trombolembolismo venoso, ás quais foi oferecido a TH por via transdérmica com 17B-estradiol. O grupo de mulheres que optaram por usar a TH (grupo caso) foi composto por 9 mulheres, enquanto o grupo das que não quiseram terapia (grupo Controle) foi formado por 20 mulheres. Ambos os grupos foram comparados com grupo de normais da população do banco de sangue do Hospital das Clínicas da FMUSP. As participantes do estudo fora, avaliadas previamente ao início da TH e submetidas às dosagens de tempo de protrombina medido pelo INR e atividade, tempo de trombina (TT) e tempo de tromboplastina parcialmente ativado (TTPA), bem como a dosagem de fibrinogênio e realização da tromboelastografia em dois tipos de amostra: sangue total e plasma em plaquetas (PPP). Estas mulheres foram acompanhadas trimestralmente, por período de 6 meses, sendo os exames novamente realizados nestes tempos. As mulheres com antecedente de tromboembolismo venosos apresentaram hipercoagulabilidade em relação aos normais, conforme medido pelas variáveis tromboelastográficas K (p<0,001), angulo alfa (p<0,005), MA (p<0,001) e G (p<0,005). A observação dos parâmetros hemostáticos prolongamento do TP (medido pelo INR e atividade) (p=0,007) e tendência a prolongamento do TT no grupo coaso, ao longo do tempo. Houve aumento do angulo alfa na mostra de PPP (p<0,001), mas sem variação com o tempo. O parâmetro G mostrou redução na amostra de PPP no grupo Caso ao longo do tempo (p<0,05). O tempo de lise de 30min (LY30) foi siginificativamente maior para as mulheres com passado de doença tromboembólica venosa, mas sem variação ao longo do tempo. Os níveis de fibrinog~enio reduziram-se durante o estudo no grupo Caso (p<0,05). os grupos Caso e Controle, mas não os Normais, apresentaram correlação estatística entre os níveis de fibrinogênio e os parâmetros tromboelastográficos. A avaliação conjunta dos dados sugere que o estrogênio não levou ao aumento da cogulabilidade sanguinea em mulheres com antecendente de tromboembolismo venoso.
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