FMUSP na BBC: Cientistas identificam mulher com células do irmão gêmeo — e Professor Gustavo A. Rosa Maciel (GinecoUSP) explica o caso
- Disciplina de Ginecologia da FMUSP

- há 7 dias
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Um estudo inédito conduzido por pesquisadores brasileiros ganhou destaque internacional ao identificar uma mulher que carrega, no sangue, células de seu irmão gêmeo. O caso, divulgado pela BBC News Brasil, chamou a atenção da comunidade médica e científica por representar um fenômeno raríssimo, ainda não documentado na literatura médica.

Tudo começou em 2022, quando Ana Paula Martins sofreu um aborto espontâneo. Durante a investigação médica, um exame genético revelou algo inesperado: apesar de ter cromossomos XX em todo o corpo, suas células sanguíneas apresentavam cromossomos XY, típicos do sexo masculino. Intrigados, os médicos iniciaram uma série de testes que levaram a uma descoberta surpreendente.
O Professor Gustavo A. Maciel, da Disciplina de Ginecologia da FMUSP, explica que Ana Paula possui todas as características femininas normais — útero, ovários funcionais e desenvolvimento adequado —, mas com sangue geneticamente idêntico ao do irmão.
“Com os testes de identificação, comprovamos que o sangue circulante nessa paciente é idêntico ao das linhagens do irmão. Ela literalmente carrega um pouco do irmão dentro dela”, explica o professor.

Segundo Maciel, a hipótese mais provável é que, durante a gestação, tenha ocorrido uma transfusão feto-fetal, quando vasos sanguíneos das duas placentas se interligam. Esse processo teria permitido a troca de células entre os gêmeos ainda no útero. Assim, a medula óssea de Ana Paula foi colonizada pelas células do irmão, que continuam produzindo sangue com cromossomos XY até hoje.
O caso foi descrito pelo Dr. Caio Robleto Quaio e contou com a colaboração do Hospital Israelita Albert Einstein e da equipe da Disciplina de Ginecologia da FMUSP, incluindo o Prof. Gustavo A. Maciel.Além de representar um marco científico, o caso abre novas possibilidades de estudo sobre imunidade, reprodução humana e compatibilidade genética. Apesar da condição incomum, Ana Paula conseguiu engravidar naturalmente e teve um filho saudável, confirmando que a presença das células XY não interferiu em sua fertilidade.
Para o Professor Gustavo A. Maciel, “situações como essa ampliam nossa compreensão sobre os limites da genética e mostram o quanto o corpo humano pode ser complexo e surpreendente”.
Para ler a reportagem completa, acesse o site da BBC.






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