Cuidados na assistência ginecológica à adolescente
- Disciplina de Ginecologia da FMUSP
- há 6 dias
- 1 min de leitura
Para conferir a palestra na íntegra, com o Prof. Dr. José Alcione Macedo Almeida, clique aqui.
Muitos ginecologistas acreditam dominar a área, mas a adolescência traz particularidades que exigem preparo específico.
Definições divergentes: OMS considera adolescência dos 10 aos 19 anos; ECA, dos 12 aos 18. Na prática, a OMS é mais utilizada.
Atendimento deve ser baseado em acolhimento, sem julgamentos morais ou religiosos, garantindo sigilo médico.
Código de Ética assegura confidencialidade mesmo diante dos pais, exceto em situações de risco (gravidez, drogas, suicídio, abuso, doenças graves).
Casos comuns: solicitação de pais para verificar virgindade (conduta proibida); gestação precoce (12 a 14 anos) com forte impacto social.
Educação sexual é ferramenta essencial, mas ainda precária nas escolas brasileiras.
Contracepção é defendida como estratégia prática, respaldada por documentos nacionais e internacionais.
Conflito legal: Código Penal (2009) caracteriza todo ato sexual com menores de 14 anos como estupro de vulnerável, mesmo consensual.
Isso gera dilema médico: prescrever anticoncepção pode ser interpretado como conivência, mas negar aumenta riscos de gravidez precoce.
Dados mostram queda dos partos em meninas de 10 a 14 anos (de quase 29 mil em 2000 para 14 mil em 2023), mas números ainda alarmantes.
Ministérios e sociedades médicas defendem prescrição de contraceptivos em menores, desde que respeitados critérios clínicos.
Violência sexual exige investigação multidisciplinar; cabe ao médico proteger a adolescente e encaminhar casos suspeitos.
Reflexão final: nortear-se pela ciência, ética e direitos humanos, estimulando diálogo entre adolescentes e suas famílias.
Para conferir a palestra na íntegra, clique aqui.
Comentários